segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Tudo é pintura no belo “A Garota Dinamarquesa” do inglês Tom Hooper.


Os dois protagonistas do filme A Garota Dinamarquesa são pintores, então, nada mais apropriado que o diretor Tom Hooper tenha criado seu filme inteiro com cenas que remetem a verdadeiras obras de arte. O filme conta a história do casal Gerda e Einar, ela uma pintora medíocre que nunca conseguiu se destacar, ele, um artista plástico de paisagismos. Um dia, algo que começa como uma fantasia sexual do casal, Einar veste as roupas da esposa para uma relação sexual, acaba virando uma confusão na cabeça do indivíduo, que passa a liberar uma persona feminina intitulada de Lili. O psicológico da personagem não é mostrado de uma forma vulgar, mas como um distúrbio psicológico que iria dar o pontapé inicial para todas as teorias sobre mudanças de gêneros sexuais. A história de Einar/Lili foi uma das primeiras registradas sobre transgenerismo, e a sensibilidade do ator Eddie Redmayne em viver um personagem tão tocante é emocionante, incrível sua mudança de Stephen Hawkings para Lili, um dos mais excêntricos e experimentados atores de sua geração. Alicia Virkander, que vem de um grande ano, rouba suas cenas e mostra sua competência ao dar vida a uma das personagens femininas mais fortes e carismáticas do ano, estranho que mesmo sendo protagonista ela tenha aparecido no Oscar como coadjuvante, espero que suas chances de premiação sejam altas. Tom Hooper saiu de sua zona de conforto de diretor acadêmico de filmes arrastados como O Discurso do Rei e brinca de Pedro Almodovar germânico, mostrando-se mais à vontade do que em produções anteriores, seu apanhado sobre a paisagística dinamarquesa é de tirar o fôlego. Outros pontos fortes da produção: figurinos, maquiagens, montagens e direção de arte.

O Regresso: Um retrato realista da colonização das Américas.



Permanece em evidência dentro da indústria cinematográfica histórias impressionantes sobre superações, á alguns anos atrás a bola da vez era “12 Anos de Escravidão”, drama sobre um negro livre capturado como escravo, desta vez todos os holofotes estão voltados para O Regresso. O filme do mexicano Alejandro G. Iñárritu é um épico sobre o período da colonização norte-americana, em alguma localização de extremo frio. Alguns podem até se perguntarem “mas porque esse diretor não fez um épico sobre a colonização mexicana, que tem tanta ou mais importância quanto à norte-americana?”, a resposta está no fato de que se desenvolveram basicamente os mesmos tipos de relacionamentos entre nativos e colonizadores nas Américas, dos índios do interior do nordeste brasileiro, passando pelos Tupis do litoral até tribos do Peru, México e até Estados Unidos. Todos comercializavam produtos dependendo de suas localizações geográficas e as guerras quase sempre eram causadas por estupros de índias e roubos de terras. O inovador aqui está em mostrar que não existiam vilões e nem mocinhos, que os índios não eram totalmente inocentes e que nem os colonizadores europeus eram sanguinários desumanos (isto, na verdade, uma “meia verdade”), mas que todos lutavam por suas próprias sobrevivências. Que o diga o personagem de Leonardo Dicaprio, que em sua saga de vingança passa por acontecimentos dignos de um Neandertal lutando pela evolução humana. As suas cenas de luta com um urso gigantesco e abrindo o corpo de um cavalo para se aquecer estão entre algumas das mais fortes dos últimos anos. O filme pode até chocar alguns estômagos fracos, mas irá agradar aos que buscam uma direção cinematográfica apurada que desenvolva um excelente trabalho estético com a natureza vista em cena. São de tirar o fôlego ás cenas de céus, nuvens, cachoeiras e até de respirações que transformam a produção em um realismo apurado, levando Iñárritu a um nível de diretor que quase conseguiu criar com perfeição o mito do paraíso terrestre acreditado por tantos aventureiros que se arriscaram em terras americanas.


                                          Respiração de Dicaprio em momento emotivo.

                                          Natureza quase ganha vida próprio na produção.
                                          Razões indígenas.



domingo, 17 de janeiro de 2016

Os melhores filmes "chaposos"!

Lucy

American Ultra


Ex Machina


Victoria

Corra Lola, Corra

Lost River

Quero Ser John Malckovich

The Scopia Effect



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Ryan Gosling faz filme doideira e que foi detonado pelos críticos, mas que tem muitas chances de tornar-se clássico Cult no futuro.



Difícil saber quem é o personagem mais estranho do filme de estreia do ator Ryan Gosling, Lost River. Se o garoto que entra em guerra com um gangster por causa de alguns materiais de construção, a vizinha do garoto que tem uma avó que vive presa em frente a uma televisão onde assiste VHS diariamente, ou se a mãe do garoto protagonista, que para sustentar a família aceita trabalhar em um show de horrores movido a sexo e sangue. Ryan Gosling foi vaiado no Festival de Cannes, mas seu filme é mais interessante e instigante do que vários filmes que estão pipocando nas premiações da temporada. O ator filmou um roteiro cheio de “buracos”, onde não se explica direito quem são os personagens, o que se passa na mente deles ou o que acontece em torno deles. É de uma coragem gigantesca vender um produto deste quilate para os grandes estúdios. Tudo isso apoiado por uma direção apuradíssima, onde as cores se destacam e a cidade praticamente ganha vida própria dentro da história. No final dificilmente você vai encontrar alguém que tenha realmente entendido tudo aquilo, mas o que importa mesmo dentro do universo cinematográfico são as especulações que esta história terá em sua exterioridade, e nisso, Lost River ganha de lavada de qualquer “O Regresso”, justamente por não entregar uma conclusão mastigada e de fácil acesso para o público.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O Quarto de Jack: Dramatização de um cativeiro.






O filme O Quarto do Jack começa de forma inquietante e impaciente, o diretor Lenny Abrahamson demonstra pressa em desenvolver sua história  e explicar como Joy e o seu filho de cinco ano Jack, foram parar em um quarto isolado do resto da sociedade. Em algum momento lembra um filme apocalíptico, em outro um suspense do tipo “O Quarto do Pânico” e quase chegamos a pensar que também trata-se de um filme experiência do tipo Boyhood, devido à demonstração de entrega aos personagens dos dois atores principais. No fim, você irá perceber que não se trata de nenhum desses gêneros e que o terror, aqui, é muito mais real do que poderia se imaginar. Da mesma forma que ocorre com alguns casos reais de cárcere privado, Joy e o seu filho foram mantidos durante cinco anos presos por um psicopata em um quarto fechado e blindado no jardim de uma casa de um daqueles “adoráveis” subúrbios de classe média. Devido a audácia e a coragem, conseguem fugir e tentarão se reestabelecer dentro da sociedade a tanto esquecida. O garoto Jack, devido a sua falta de conhecimento do mundo exterior (ele já nasceu em cativeiro), se introduz sem muita dificuldade na sociedade, já a sua mãe, Joy, que teve que conhecer os dois tipos de mundo existentes (socializável e isolado) demonstra um tipo de estranhamento e revolta que farão o espectador se questionar sobre como os costumes impostos diariamente aos seres-humanos são realmente válidos em algumas situações. Um drama potente e original da atual safra, e Brie Larson, que interpreta a mãe de Jack, consegue um feito singular, desaparecer de sua personalidade pública e criar com competência um retrato real de uma jovem que teve que se tornar adulta antes do tempo, em algumas cenas a atriz assusta por sua sinceridade de transmissão de sentimentos.


Brie Larson: ela era essa...

 Que por sinal, era uma b-side da Avril Lavigne



E virou essa...




sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Carol de Todd Haynes





Imagine que no fim da década de 50 um grande diretor de Hollywood resolve lançar um ousado filme sobre o amor lésbico entre uma mulher casada e uma jovem solteira, chama uma das maiores estrelas do cinema do período e é indicado a diversas premiações por esse trabalho. Impossível isso ter acontecido naquela época, já que os estúdios de cinema não se arriscavam com histórias controversas, então, coube ao diretor Todd Haynes, conhecido amante do cinema dramático dos anos 50, criar um projeto moderno que parecesse ao mesmo tempo um filme clássico da era de ouro de Hollywood. O resultado é lindíssimo e Cate Blanchett e Rooney Mara criam um dos casais mais perfeitos dos últimos anos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Lombra de um roteiro de filme.

  Depois das festas de virada de ano, os escravos de raves tornavam-se cada vez mais ansiosos por uma nova comemoração regada a doces, balas e mdna. A festa do momento que estava virando a cabeça dos adeptos das baladas chamava-se "Jack Sparrow" e estava programada para acontecer durante o carnaval. O que a maioria dessas pessoas não sabiam é que existia uma indústria por trás dessas "raves", uma máfia cada vez mais poderosa que tinha como maior plano dominar o mundo, transformar todos em escravos dos ritmos eletrônicos e das drogas sintéticas.
   O plano para iniciar essa dominação estava programado para acontecer justamente na tal festa de carnaval. No dia da festa, ninguém poderia sequer sair do ambiente para comprar uma água mais barata no lado de fora, todos eram obrigados a ficar e consumir as águas da organização do evento, por preços cada vez caros. Além do mais, deveriam consumir a maior quantidade de drogas existentes no local e tentar levar a "sensação" até o fim, dançar até a exaustão e jamais se afastar do ambiente do evento.
  Os poucos aventureiros que tiverem coragem de fugir da festa, serão caçados por capangas que trabalham para os donos da festa. Porém, assim como em todo filme, sempre terá um que conseguirá se salvar, criar uma  organização alternativa e tentará combater a filosofia das raves através de outra ideia de pensamento humano. A busca da satisfação mental através da natureza e não das drogas.


Detalhes do roteiro:

1 - As raves transformarão o futuro em um universo de apocalypto.

2- A água será o elemento mais caro do mundo, mais do que gasolina e álcool. (para quem não sabe, a água é a coisa mais desejada por um usuário de droga sintética).

3- As pessoas adquirirão peles rosadas através do uso de pirulito excessivo.




Se eu morrer hoje, eu serei um fantasma feliz...